JUBILEU DE PRATA de Irmã Inês Regina de Lima
27 de julho de 2008 - JUBILEU DE PRATA de Irmã Inês
Regina de Lima como missionária da Consolata.
Foi comemorado em Pedreira (SP), junto a comunidade,
parentes e amigos.
Transcrição de entrevista da Irmã Inês à
revista MISSÕES. Edição 06, Ano XXXV, julho/agosto 2008.
"A vida de missionária é uma aventura que me fascina.
Partilhar a fé entre raças, línguas, estilos de vida diferentes é muito
enriquecedor. Agradeço a Deus por tantas graças"
"Nasci no
estado do Paraná, em Apucarana. Minha família se transferiu para
Iracema, um povoado do município de Formosa d'Oeste, comunidade da
paróquia de Jesuítas, no mesmo estado. Lá vivi e recebi as bases da fé
cristã e ousaria dizer que lá também não só conheci, mas senti a vocação
missionária, graças a duas catequistas que em todos os encontros nos
convidavam a rezar por aqueles e aquelas que estavam em lugares
difíceis, muitas vezes perseguidos e perseguidas por anunciarem o
Evangelho de Jesus, ajudando os irmãos e irmãs mais pobres e
abandonados. De onde elas tiravam tanta informação, eu não sei. O que
sei é que isto entrou no meu imaginário e de lá nunca saiu; ficou
gravado na minha mente e mais ainda no meu coração. Até que um dia, num
dos encontros paroquiais, vieram à nossa capela alguns missionários para
falar das missões. Eles nos mostraram um filme sobre o seu trabalho. Aí
a minha imaginação viu a realidade. Foi a primeira vez que eu vi como
era a vida de uma missionária anunciando a Palavra de Jesus na
catequese, visitando e curando doentes, enfim, fazendo o bem e
consolando as pessoas. Senti dentro de mim uma forte vontade de ser como
elas. Eu era apenas uma adolescente de 12, 13 anos. Aos 15 estava
coordenando o grupo juvenil da comunidade.
As mediações de Deus
Num encontro
de jovens organizado pela paróquia, veio nos falar o padre Jordão
Pessati, da Consolata. Ele contou-nos muitas coisas da vida missionária
e no final do encontro entregou-nos uma ficha com uma pergunta:
"Jovem, o que você quer ser no futuro ?" A ficha mostrava
várias profissões e vocações, inclusive as sacerdotais, religiosas
e missionárias. Lembro que não pensei duas vezes e respondi que
queria ser missionária. Os coordenadores recolheram as fichas. Mal
sabia eu que a minha iria parar nas mãos das missionárias da Consolata
de Cafelândia. Pouco tempo depois, elas me escreveram uma carta
para saber se realmente eu estava pensando em conhecer melhor a
vocação missionária. Se assim fosse, elas viriam fazer-me uma visita.
Fiquei super emocionada e lhes respondi que sim. Porém, havia um
pequeno problema: os meus pais - eles não estavam muito de acordo.
Diziam: " É, a gente cria os filhos e quando eles começam a
ajudar nos abandonam". Aquilo doia no meu coração. Porém, eu
estava certa que o que eu iria fazer não era abandono. Por outro
lado, como fazê-los entender? Continuamente tentavam me dissuadir,
dizendo que aquela era uma idéia passageira. Além disso, naquela
altura, como toda adolescente, eu já tinha o meu pretendente e gostava
dele. Mas, no fundo, o amor que fazia o meu coração bater mais forte,
já era Jesus e a missão. Mesmo se aparentemente a vida transcorresse
normal, todos sabiam da minha decisão.
O encontro tão esperado
E o dia chegou.
Duas missionárias da Consolata vieram até a nossa casa. Elas explicaram,
a mim e aos meus pais, como deveria proceder para iniciar a minha
formação religiosa missionária. Claro, eu entendia a preocupação
dos dois. Viviamos na roça e a situação econômica era difícil; de modo
que eles pediram às irmãs seis meses para encaminhar as coisas.
Estávamos no mês de julho. Então, todos pusemos-nos a nos preparar.
Eles, a parte referente ao que eu deveria levar, e eu, como faria para
dizer ao meu namorado, que "outro" me havia roubado o coração... E, além
disso, devia preparar-me para retornar aos estudos. Nesse período de
decisão e já de acompanhamento vocacional, outro filme muito me ajudou:
"Mãos Vazias", que mostrava vários carismas. Aquela exposição confirmou
mais ainda que o Senhor estava mesmo me chamando para a vida
missionária. "Este é o meu lugar", disse a mim mesma.
Deixar tudo
Não foi fácil a
separação da família, do grupo de catequese e dos jovens. Era o dia 17
de fevereiro de 1977. Em Cafelândia, cidadezinha perto de Cascavel,
encontrei minha segunda casa e com as missionárias da Consolata a minha
família. Logo em seguida fui transferida para São Paulo, onde terminei
meus estudos e também a minha formação. Vivi minha primeira experiência
missionária em Niquelândia, estado de Goiás. Eu havia aprendido no tempo
de catequese, que os missionários partem; e eu também parti. Fui a
Itália, onde cursei Missiologia na Faculdade Urbaniana e fiz
especialização em Teologia Pastoral na Faculdade Camiliana. Aproveitei
de lindas experiências de férias em Campos Juvenis. Naquela época, eu
não pensava que aquilo já estaria me preparando para o meu futuro campo
de missão. Fui transferida para Portugal, trabalho de Animação
Missionária Vocacional (AMV). Foram cinco anos de intensa atividade com
jovens, numa maravilhosa ação em conjunto com os padres da Consolata e
outras nove Congregações, todas animadas pelo mesmo espirito da Missão.
Além fronteiras
Em maio de 1996
parti para a Venezuela com seus destacados rincões indígenas. Já são 12
anos que ali estou trabalhando. Oito anos vividos entre os indígenas das
etnias Wayüu, Ye'cuanas -Sánema e Warao. Atualmente, me encontro em
Carapit, uma grande favela na periferia de Caracas, ou seja, um morro
onde o amotoado de casas se confunde com o amotoado de pessoas em busca
de sobrevivência. Junto com mais duas irmãs orientamos todo o trabalho
pastoral da capela dedicada a Nossa Senhora Consolata. Dois dias por
semana trabalho na secretaria do COMINA - Conselho Missionário Nacional
e nos demais dias da semana continuo na AMV, em conjunto com os
missionários da Consolata.
No aniversário
dos meus 25 anos de Vida Religiosa, vim para o Brasil, para em
Pedreiras, interior de São Paulo, celebrar. Sinto-me muito feliz e
realizada por estar colaborando na construção do Reino de Deus. Não digo
que a vida missionária seja fácil; mas, mesmo assim, é uma aventura que
me fascina. Partilhar a fé entre raças, linguas, estilos de vidas
diferentes é muito enriquecedor e gratificante. Agradeço muito a Deus
por tanta graça e sigo em frente procurando ser fiel ao meu lema, que o
de São Paulo: "Fiz-me tudo para todos, para ganhar o maior número para
Cristo. Tudo faço pelo Evangelho, para dele me tornar participante"
(1Cor 9, 19.23). "
Missões: Rua Dom Domingos de Silos, 110 - 02526-030 -
São Paulo (SP) - Telefax: 11-2256-8820 -
www.revistamissoes.org.br
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Com a Igreja N.S.Aparecida em Pedreira,
completamente lotada, deu-se início à missa de cerimônia do
Jubileu de Prata da Irmã Inês. |
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Uma missa diferente |
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Ir. Inês renovando votos
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Depoimentos de Missionários da Consolata
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Após a missa e a cerimônia o cumprimento do pai Sebastião
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Cumprimento fraterno dos amigos
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Dos parentes
Sebastião - Ercílio - Inês e Glacy
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No salão de festas, um almoço e muita comemoração
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Ercílio, Bete, Naldo, Sirlei, Sebastião, Inês e
Jorge
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O pai Sebastião e seus os filhos: Bete, Rinaldo, Inês
(com Jorge no colo), Laércio e Rosinei
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Inês com sobrinhos e primos
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Inês com os primos
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Inês e os primos: Ercílio, João Ross e ,recebendo a
lembrança do evento. Uma imagem de N.S. da Consolata, um belo
trabalho produzido em Pedreira pelo Laércio.
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Um painel expunha a trajetória da Irmã Inês
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Evolução pastoral
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Evolução pastoral
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O início da vida religiosa
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A atuação da Irmã Inês na Venezuela
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Junto às comunidades índigenas
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Atuando
na Venezuela
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Comunidades índigenas
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